No domínio dos túneis rodoviários, a qualidade do ar é tradicionalmente considerada em termos da concentração de gases de escape que os veículos libertam dentro do túnel. Contudo, as concentrações de poluentes fora de um túnel podem ser nocivas ou criar desconforto às pessoas residentes nas proximidades. Logo que nos afastamos do portal ou do poço de extração tais concentrações de poluentes diminuem rapidamente para o ambiente circundante, de acordo com mecanismos complexos tais como a velocidade e a direção do vento e a topografia dos terrenos vizinhos. Por conseguinte, considera-se que, quando a intensidade de tráfego aumenta e quando os túneis são construídos em ambiente urbano, deve ser estudada a qualidade do ar na proximidade dos portais do túnel e em outros pontos de extração.
É expectável que a qualidade de ar, à superfície, por cima de um túnel, seja melhor do que seria num lanço rodoviário, ao ar livre, com a mesma localização. Contudo, o ar poluído produzido no seu interior é libertado nos portais e nos poços de extração, quando uma corrente longitudinal ou transversal é gerada pelo efeito de pistão e/ou pelos sistemas de ventilação. Dependendo das concentrações de fundo e de outras fontes situadas na proximidade do portal ou do poço de extração de um túnel, os níveis de concentração dos poluentes na vizinhança desses pontos podem exceder os níveis máximos definidos pelas autoridades. Nesse caso têm de ser tomadas medidas para melhorar a qualidade do ar na proximidade do túnel. Estas medidas podem consistir em trabalhos de engenharia civil ou mecânica, ordenamento do território nas imediações do túnel, etc. Muitas vezes é possível reduzir as concentrações de poluentes com base em medidas de exploração tais como alterações no regime de ventilação.
A AIPCR/PIARC publicou o Relatório Técnico 2008 R04 "Túneis Rodoviários: Um Guia para a Otimização do Impacto da Qualidade do Ar no Ambiente" que se concentra sobre os problemas da qualidade do ar no exterior devida aos túneis e que é um guia para melhorar o ambiente urbano através da alteração das emissões dos veículos e da modificação da sua distribuição espacial nas imediações do túnel. O guia inclui um conjunto alargado de opções de conceção e operação com vista a minimizar o impacto dos túneis no ar exterior: desde a seleção da localização ótima para a implantação do túnel, aos gradientes, tipo de ventilação, gestão da descarga do ar, gestão do tráfego, manutenção do túnel e, por fim (se útil e necessário) técnicas de remoção dos contaminantes.