1.4. Etapas da “vida” de um túnel
Arbitrarily the "tunnel life" may be broken down in several main stages whose essential stakes are:
Esta é a fase mais importante da vida de um novo túnel. É decisiva em termos dos custos de construção e de operação, da segurança, bem como da gestão dos riscos técnicos e financeiros.
Esta etapa exige uma integração transversal de todas as interfaces do “sistema complexo” constituído pelo túnel. Esta integração tem de se verificar logo desde a fase inicial da conceção (cf. parágrafos acima).
Infelizmente, a experiência demonstra que isto raramente se verifica e que, frequentemente, a conceção de um túnel resulta de uma sucessão de etapas tratadas de forma independente. Embora de uma forma um pouco exagerada, verifica-se que:
- nem sempre a função é claramente definida,
- o traçado é projetado sem qualquer integração do túnel, das suas restrições ou do conjunto de possibilidades de otimização,
- a engenharia civil do túnel “resolve os problemas” do traçado imposto, com todas as consequências que podem ocorrer a nível dos custos de construção e de riscos,
- os equipamentos, o nível de segurança e a exploração são integrados de qualquer forma, e nem sempre de maneira harmoniosa ou ótima, com as opções feitas durante as etapas anteriores.
Do ponto de vista da engenharia civil, o aspeto mais importante é a gestão dos riscos técnicos (em particular dos geológicos) e de todas as consequências daí resultantes a nível dos custos de construção e dos prazos.
A reflexão relativa à gestão dos riscos de construção tem de ser efetuada desde a conceção. Esta reflexão deve ser aprofundada e partilhada com o dono de obra. As decisões no âmbito dos riscos devem ser desenvolvidas e documentadas de forma clara.
A decisão pela assunção de alguns riscos não constitui, necessariamente, um erro e não deve ser necessariamente proibida, porque pode corresponder a alguns imperativos, como por exemplo, um prazo reduzido, incompatível com a implementação de todas as investigações necessárias para a eliminação de todas as incertezas.
Não obstante, a decisão de assumir riscos deve resultar de uma reflexão profunda sobre:
- as consequências que podem daí resultar, as quais devem ser identificadas, analisadas e registadas de forma clara: atrasos – custos – impactos humanos e ambientais – segurança – prazos – etc.,
- as implicações efetivas desta decisão, as suas probabilidades de realização e o seu interesse efetivo.
Assumir um risco não deve ser o resultado de negligência ou incompetência por parte dos diversos intervenientes.
Do ponto de vista dos equipamentos de operação, destacam-se:
- todos os aspetos que podem otimizar a vida útil dos equipamentos, a respetiva fiabilidade e a facilidade de manutenção e conservação,
- a necessidade de uma ação rigorosa e de um controlo contínuo da funcionalidade, do desempenho e da qualidade dos equipamentos ao longo da fabricação dos seus componentes, bem como da montagem e instalação no local, até à altura dos testes parciais e globais após integração,
- o valor acrescentado à qualidade derivado da escolha do equipamento e do fornecedor, embora os custos de construção possam ser um pouco mais elevados. As eventuais poupanças associadas a custos iniciais mais reduzidos são frequente e rapidamente absorvidas por custos de manutenção mais elevados, por dificuldades de intervenção com tráfego em circulação e por restrições adicionais suportadas pelos utentes.
Esta etapa da “vida” de um túnel é frequentemente subestimada e tida em consideração tardiamente. A etapa necessita de algum tempo, que muitas vezes não lhe é concedido, o que conduz a que a abertura ao tráfego do túnel se processe em condições pouco satisfatórias, ou mesmo em condições muito desprotegidas em termos de segurança.
Esta etapa inclui:
- a organização da operação e da manutenção,
- o desenvolvimento e o ajustamento de todos os procedimentos de operação, da manutenção, da intervenção e da segurança em condições normais de operação do túnel, bem como em condições degradadas (Condições Mínimas de Operação),
- o recrutamento e o treino do pessoal,
- o ensaio de todas as instalações, o qual não pode realizar-se antes de o equipamento estar totalmente concluído, testado e entregue (se for o caso, com disposições que exigem apenas intervenções corretivas menores),
- a prática, o treino e as manobras envolvendo todas as equipas de intervenção antes da abertura ao tráfego do túnel.
A principal missão consiste em assegurar:
- a gestão de todas as instalações, a manutenção e a reparação respetivas,
- a segurança e o conforto dos utentes.
Torna-se, também, necessário avaliar objetivamente a situação com algum distanciamento em relação às rotinas diárias, de forma a:
- obter retorno da experiência, adaptar os procedimentos, as condições de intervenção, o treino e as manobras de segurança,
- otimizar os custos de operação sem prejudicar o nível de serviço e a segurança,
- identificar, analisar, planear e realizar as grandes reparações, as renovações e as obras de modernização.